DIMS 2024

O Alto Douro Vinhateiro é uma zona particularmente representativa da paisagem que caracteriza a vasta Região Demarcada do Douro, a mais antiga região vitícola regulamentada do mundo. A paisagem cultural do Alto Douro combina a natureza monumental do vale do rio Douro, feito de encostas íngremes e solos pobres e acidentados, com a ação ancestral e contínua do Homem, adaptando o espaço às necessidades agrícolas de tipo mediterrâneo que a região suporta. Esta relação íntima entre a atividade humana e a natureza permitiu criar um ecossistema de valor único, onde as características do terreno são aproveitadas de forma exemplar, com a modelação da paisagem em socalcos, preservando-a da erosão e permitindo o cultivo da vinha.

A região produz o famoso vinho do Porto, representando o principal vetor de dinamização da tecnologia, da cultura, das tradições e da economia local. O grande investimento humano nesta paisagem de singular beleza tornou possível a fixação das populações desde a longínqua ocupação romana, e dele resultou uma realidade viva e em evolução, ao mesmo tempo testemunho do passado e motor do futuro, solidamente ancorado na otimização dos recursos naturais e na preservação das ambiências.

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É, por excelência, o “exemplo” do centro histórico português, com visíveis repercussões na generalidade do território ultramarino. Évora deve a sua relevância a uma história milenar que recua à Pré-História. Mas a história sobrepôs-se-lhe fazendo dela uma das mais notáveis cidades romanas da Lusitânia – Ebora Liberalitas Júlia – da qual restam inúmeros vestígios, destacando-se o Templo Romano.

Tornou-se, em seguida, num dos grandes centros urbanos do Sul do reino português, lugar contínuo de visita e estadia dos monarcas. Viu ali nascer e desenvolver-se os primeiros e brilhantes traços do gótico, combinados com a herança (e a procura de emulação) do mundo “mourisco” ou árabe no chamado “estilo mudéjar”, durante os séculos XV e XVI. Recebeu depois os influxos do humanismo e é ali que aparecem algumas das primeiras grandes obras arquitetónicas do Renascimento ibérico, por volta de 1530.

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Estes diversos momentos tornaram-na numa espécie de joia patrimonial, à qual os séculos não se escusaram de adaptar, mas que mantém intacta uma ambiência de autenticidade e monumentalidade que a transformam numa verdadeira «cidade-museu».

Nesta terra teria nascido em 1109, segundo a lenda, o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, numa altura em que Guimarães era um pequeno aglomerado urbano medieval protegido por um castelo de pedra e madeira.

O aglomerado urbano intramuros foi-se bipolarizando durante toda a Idade Média, para se estabilizar e homogeneizar no século XVIII. E não pode haver melhor forma de apreciar uma cidade antiga senão entendê-la como um “conjunto” sedimentado no tempo. De facto, mais do que de monumentalidade, em Guimarães pode falar-se de uma “atmosfera” criada pela rudeza sombria do granito, contrastando com as cores vivas dos rebocos.

Essa atmosfera é marcada por monumentos emblemáticos para a história de Portugal – ao ponto de Guimarães se ter tornado num dos maiores “lugares de memória” nacionais – como sejam o Castelo (século XII-XIII) e o Paço dos Duques de Bragança (século XV).

No século XXI, Guimarães ganhou dimensão e acrescentou novos espaços e equipamentos culturais, apresenta uma agenda cultural forte e contemporânea e propõe aos habitantes e visitantes experiências únicas e surpreendentes.

Guimarães combina de forma harmoniosa e única a memória e a tradição com a abertura ao outro, o cosmopolitismo e a contemporaneidade.

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O Centro Histórico do Porto desenvolveu-se a partir de um pequeno núcleo situado no morro da Sé, no qual se documenta uma ocupação humana que remonta ao 1.º Milénio a.C. As sucessivas ocupações fizeram convergir os mais variados interesses sociais e económicos que foram ampliando e modificando a cidade.

Lugar de grande valor estético, apresenta um tecido urbano e inúmeros edifícios históricos que testemunham o seu desenvolvimento ao longo de mais de mil anos. Obra-prima da criatividade humana, na articulação harmoniosa das ruas com o espaço envolvente e em especial com o rio Douro e Vila Nova de Gaia, apresenta uma unidade visual que lhe atribui um dos seus aspetos mais importantes, o cariz panorâmico.

Organismo vivo, integrado numa área ativa da cidade, tornou-se “um valor universal excecional” reconhecido e que merece especial proteção e valorização.

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A cidade de Elvas, situada a 8 KM de Badajoz (Espanha), constituiu um ponto estratégico de defesa da fronteira e herdou um vasto património militar de reconhecido valor e autenticidade. Foi classificado como Património da Humanidade todo o centro histórico, as muralhas abaluartadas do séc. XVII, o Forte de Santa Luzia, o Forte da Graça, o Aqueduto da Amoreira e os três fortins: de São Pedro, de São Mamede e de São Domingos ou da Piedade.

O conjunto de fortificações de Elvas, cuja fundação remonta ao reinado de D. Sancho II, é o maior do mundo na tipologia de fortificações abaluartadas terrestres, possuindo um perímetro de oito a dez quilómetros e uma área de 300 hectares. Construídas no âmbito da Guerra da Restauração, as muralhas abaluartadas são um exemplo notável da primeira tradição holandesa de arquitetura militar.

Destacamos o Forte da Graça como um exemplo notável da arquitetura militar do séc. XVIII, considerada por muitos historiadores como uma das mais poderosas fortalezas abaluartadas do mundo, é ainda original pela sua conceção e implantação num monte bastante elevado e o Aqueduto da Amoreira, construído entre 1530 e 1622 para o abastecimento de água à cidade, tem 1367 metros de galerias subterrâneas e mais de 5 quilómetros e meio à superfície com arcadas que chegam a superar os 30 metros de altura.

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A sua construção do Convento de Cristo começa com o castelo templário, obra de vanguarda da arquitetura militar medieval (sécs. XII-XIII). Da mesma época é a construção da Charola, românica, inspirada na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém e que assumia a dupla função de oratório e de atalaia militar. Quando a Ordem Militar do Templo foi extinta, D. Dinis, em Portugal, cria a Ordem Militar de Cristo, em 1319, que vem a ser herdeira dos bens, graças e privilégios que haviam pertencido aos templários. No início do período dos Descobrimentos Portugueses, D. Henrique o Navegador inicia a ampliação do Convento com a construção de dois claustros, do cemitério e da lavagem. Sobre a antiga casa militar templária, na ala norte do castelo, D. Henrique instala o seu Paço (1420-1460).

No apogeu da Expansão Portuguesa, D. Manuel I, manda construir a magnífica Igreja manuelina e decorar a Charola com pintura mural, pintura sobre tábua, escultura em madeira policromada, talha dourada, estuques, numa riqueza decorativa que, hoje, constitui a peça mais original e rara do complexo monumental. Na fachada ocidental da igreja manuelina, destaca-se a Janela da Sala do Capítulo, enigmática e profundamente simbólica, construída entre 1510 e 1513.

A reforma religiosa de D. João III, transforma a Ordem Militar de Cristo, obrigando os freires a viver em clausura e dando ao Convento de Cristo uma nova dimensão, com uma vasta campanha de obras coordenadas pelo arquiteto João de Castilho. O aqueduto dos Pegões, extraordinária obra de engenharia hidráulica, ficou a dever-se a Filipe II de Espanha.

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A floresta Laurissilva da ilha da Madeira constitui na atualidade o remanescente de um coberto florestal primitivo que resistiu a cinco séculos de humanização. Segundo narrativas contemporâneas da descoberta da Madeira (1420), toda a ilha era coberta de extenso e denso arvoredo, razão pela qual os navegadores portugueses lhe atribuíram o nome de “Madeira”.

Trata-se de uma floresta com características subtropicais, húmida, cuja origem remonta ao Terciário onde chegou a ocupar vastas extensões do Sul da Europa e da bacia do Mediterrâneo. As últimas glaciações levaram ao seu desaparecimento no continente europeu, sobrevivendo apenas nos arquipélagos atlânticos dos Açores, da Madeira e das Canárias.

A Laurissilva madeirense ocupa uma superfície de 15000 hectares (representando 20% do total da ilha), nas encostas viradas a Norte, revestindo de forma luxuriante as íngremes vertentes e os profundos e alcantilados vales do remoto interior, representando nos nossos dias a mais extensa e a melhor conservada Laurissilva das ilhas atlânticas. Alberga numerosos endemismos, principalmente a nível dos estratos arbustivos e herbáceos. É de realçar também a grande diversidade e desenvolvimento que apresentam as comunidades de líquenes e de briófitos, principalmente as epífitas.

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Para a manutenção da independência do reino português, a vitória dos exércitos de D. João I sobre as tropas de Castela, teve um papel fundamental. De acordo com a mística da época, o rei terá feito um voto a Nossa Senhora que determinou a invocação do templo, pois a batalha deu-se na véspera do Dia da Assunção da Virgem. As obras foram iniciadas em 1388.

A pedra branda e de tonalidade quente faz do Mosteiro da Batalha não apenas um monumento único do estilo gótico flamejante, mas também um marco fundamental da história do reino de Portugal – verdadeiro “lugar de memória”, de cor dourada, num momento em que se reafirma a sua independência pela ação conjugada de dois homens: D. João I, rei de Portugal, e D. Nuno Álvares Pereira, condestável do reino.

A sua forma quase cristalina e mineral, característica dos edifícios do gótico-tardio, é fruto da sábia gestão de um dos maiores estaleiros de arquitetura que Portugal conheceu e que atravessou várias gerações, desde o seu mestre fundador, Afonso Domingues (1388-1402), passando pelo genial Huguet (1402-1438), e culminando no caprichoso “estilo manuelino” de Mateus Fernandes (no início do século XVI). A Capela do Fundador e as célebres “Capelas Imperfeitas” foram destinadas a panteão dos reis e príncipes da Dinastia de Avis. Revela algo mais no seu simbolismo, marcado pelo escolasticismo dos frades dominicanos: representa a Cidade Celeste.

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O Mosteiro de Alcobaça encontra-se intimamente ligado à afirmação de Portugal como reino independente (1139-1179). Foi fundado por iniciativa do primeiro rei, D. Afonso Henriques, por doação a Bernardo de Claraval, datada de 1153.

Traduz, como poucos monumentos, a sobriedade estética pregada por S. Bernardo e o rigor e a austeridade da Ordem de Cister. As obras foram iniciadas em 1178 e terminadas cerca de 100 anos depois. Na igreja os mestres pedreiros da Ordem de Cister experimentaram o que era, na altura, um novo “modo” de construção – o gótico – introduzindo no território português essa nova linguagem arquitetónica.

Panteão Régio da monarquia portuguesa, o Mosteiro de Alcobaça alberga os túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro, datados do séc. XIV e considerados obras- primas da escultura tumulária europeia. Com um riquíssimo programa decorativo, neles se destacam as representações do Juízo Final, no túmulo de D. Inês, e da Roda da Vida, no túmulo de D. Pedro.

O Mosteiro de Alcobaça, cujas últimas dependências construídas datam do século XVIII, é considerado um dos maiores e mais bem conservados conjuntos abaciais da Ordem de Cister em toda a Europa. A espiritualidade dos monges de Cister e a imaterialidade que a sua busca da perfeição implicava, reflete-se em todo o edifício, espécie de diamante em bruto, espaço único e irrepetível.

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Data de 1496 o pedido feito pelo rei D. Manuel à Santa Sé, no sentido de lhe ser concedida autorização para se erigir um grande mosteiro à entrada de Lisboa, perto das margens do Tejo. Em 1501 começaram os trabalhos e, aproximadamente um século depois, as obras estavam concluídas.

O Mosteiro dos Jerónimos é habitualmente apontado como a “joia” do estilo manuelino. Este estilo exclusivamente português, integra elementos arquitetónicos do gótico final e do renascimento, associando-lhe uma simbologia régia cristológica e naturalista, que o torna único e digno de admiração.

Para ocupar o Mosteiro, D. Manuel escolheu os monges da Ordem de S. Jerónimo, que teriam como funções, entre outras, rezar pela alma do rei e prestar assistência espiritual aos mareantes e navegadores que da praia do Restelo partiam à descoberta de outros mundos. Hoje é revisto por cada um de nós não apenas como uma notável peça de arquitetura, mas como parte integrante da nossa cultura e identidade. Foi declarado Monumento Nacional em 1907.

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Sintra foi conhecida na antiguidade por “Serra da Lua”. Este nome mostra até que ponto eram importantes os cultos e rituais pré-históricos que aí se desenrolavam, depois sucessivamente cristianizados (e islamizados) e, mais tarde recristianizados.

Primeira “paisagem cultural” a ser inscrita como Património Mundial, prevalece em Sintra o jogo entre a natureza e a ação do homem que modificou a sua roupagem vegetal e a harmonizou, combinando os grandes monumentos como o Palácio Real, dos séculos XIII-XVI e o Palácio da Pena, do século XIX com exemplos da arquitetura tradicional e vernacular.

Sintra foi, no século XIX, o primeiro foco da arquitetura romântica europeia. Fernando II soube transformar as ruínas de um mosteiro em castelo, onde a nova sensibilidade se exprimiu pela utilização de elementos góticos, egípcios, islâmicos e da Renascença, e pela criação de um parque conjugando essências locais e exóticas. Outras residências de prestígio foram construídas segundo o mesmo modelo na serra e fizeram de este local um exemplo único de parques e jardins que influenciou diversas paisagens na Europa.

A imponência de serra e, ao mesmo tempo, a sua amenidade, fazem de Sintra um lugar único no qual o “espírito da terra” e o sagrado sempre se manifestaram de um modo privilegiado.

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A paisagem da cultura da vinha da ilha do Pico, ocupa uma área total de 987 ha, envolvida por uma zona tampão com 1.924 ha. É composta por uma faixa de território que abrange parcialmente as costas Norte e Sul, e a costa Oeste da ilha, tendo como referência emblemática dois sítios – o Lajido da Criação Velha e o Lajido de Santa Luzia, implantados em extensos campos de lava caracterizados por uma extrema riqueza e beleza natural e paisagística. Estes sítios foram classificados por constituírem excelentes representações da arquitetura tradicional ligada à cultura da vinha, do desenho da paisagem e dos elementos naturais. A diversidade faunística e florística aí presentes estão associadas a uma abundância de espécies e comunidades endémicas, raras e com estatuto de proteção.

Este bem consiste numa espantosa rede de longos muros de pedra, espaçados entre si, que correm paralelos à costa e penetram em direção ao interior da ilha. Estes muros foram erguidos para proteger do vento e da água do mar as videiras, que são plantadas em milhares de pequenos recintos retangulares (currais), colados uns aos outros. Remontando ao século XV, a presença da viticultura manifestou-se através desta extraordinária manta de retalhos de pequenos campos, de casas e quintas do início do século XIX, de ermida, portinhos e poços de maré. A paisagem modelada pelo homem, de uma beleza extraordinária, é o melhor testemunho que subsiste de uma atividade outrora muito ativa.

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Situado a 30 km a noroeste de Lisboa, o Palácio foi construído em 1711 por iniciativa do Rei D. João V e concebido como uma representação da monarquia e do Estado. Este impressionante edifício quadrangular inclui os Palácios do Rei e da Rainha, a Basílica em estilo barroco italiano, o Convento franciscano e a Biblioteca com 36,000 volumes. O conjunto monumental inclui ainda o Jardim do Cerco em composição geométrica e a Tapada. O Real Edifício de Mafra é uma das obras mais admiráveis realizadas pelo Rei João V, que ilustra o poder e a alcance do Império Português. João V adotou modelos arquiteturais e artísticos em estilo barroco italiano e encomendou obras de arte que tornam Mafra um exemplo excecional deste estilo de arquitetura.

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Localizado nas encostas do Monte Espinho, com vista para a cidade de Braga, no norte de Portugal, o sítio constitui uma paisagem cultural que remete para Jerusalém – representa um monte sagrado coroado com uma igreja. O Santuário do Bom Jesus do Monte em Braga foi construído e ampliado ao longo de mais de 600 anos principalmente em estilo barroco italiano, e ilustra a tradição europeia de criação de Sacri Monti (montanhas sagradas), promovida pela Igreja Católica no Concílio de Trento no século XVI, em reação à Reforma Protestante. O conjunto monumental do Bom Jesus está localizado num percurso de via-sacra, que leva até a encosta oeste do monte. Inclui uma série de capelas que abrigam esculturas evocativas da morte e ressurreição de Cristo, assim como as fontes, as esculturas alegóricas e os jardins formais. A via-sacra culmina na igreja, que foi construída entre 1784 e 1811. Os edifícios de granito têm fachadas de gesso caiadas de branco, emolduradas por rochas. A célebre Escadaria dos Cinco Sentidos, com paredes, degraus, fontes, estátuas e outros elementos ornamentais, é considerada a obra barroca mais emblemática do bem.

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A Arte do Coa foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do Paleolítico superior em finais do século XX em toda a Europa. Permitiu identificar um conjunto muito extenso de testemunhos de arte rupestre ao ar livre, datados entre ±25.000 a.C. a 10.000 a.C.

Naturalmente que permanece o enigma fundamental: qual o significado, qual a intenção dos autores destas gravuras e algumas pinturas? Decerto a marcação territorial de uma área considerada vital, envolvendo a água e o rio como entidades que contribuíram para identificar estes lugares como sítios de potenciais hierofanias. E também a certeza de que as populações seminómadas do Paleolítico superior europeu não confinaram às grutas os seus impulsos artísticos.

Nas rochas de xisto das margens do Rio Coa, encontram-se gravados inúmeros animais, quase todos destas quatro espécies: auroques (touros selvagens), cavalos, veados e cabras monteses.

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Proteger Lisboa e a sua barra tornou-se uma necessidade na época dos descobrimentos. Teve o rei D. João II (1455-1495) a iniciativa de traçar um plano inovador e eficaz, que consistia na formação de uma defesa tripartida entre o baluarte de Cascais, a fortaleza de S. Sebastião da Caparica, na outra margem do rio, e uma terceira fortaleza, a Torre de Belém. Devido à morte do rei D. João II, coube a D. Manuel I, seu sucessor, a tarefa de mandar erigir a Torre de Belém. A construção iniciou-se em 1514 e ficou concluída em 1520. Como símbolo do prestígio do Rei, a sua decoração ostenta a simbologia própria do Manuelino – calabres que envolvem o edifício, rematando-o com elegantes nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas.

Na estrutura da Torre podemos distinguir duas partes: a torre, mais esguia e com quatro salas abobadadas, e o baluarte, de conceção moderna e mais largo, com uma casamata onde, a toda a volta, se dispunha a artilharia. Atualmente é um referente cultural, um símbolo da especificidade do país que passa pelo diálogo privilegiado com outras culturas e civilizações.

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Situada numa colina com vista para a cidade, a Universidade de Coimbra e respetivas faculdades cresceu e evoluiu ao longo de mais de sete séculos no seio da cidade velha. A Universidade tornou-se uma referência no desenvolvimento de outras instituições de ensino superior do mundo de língua portuguesa, exercendo também uma grande influência na difusão do saber e na literatura. Coimbra oferece um excelente exemplo de uma Universidade integrada numa cidade detentora de uma tipologia urbana específica, que logrou manter vivas, através dos tempos, as suas próprias tradições cerimoniais e culturais.

A 7 de junho de 2019 foi aprovado o alargamento do sítio “Universidade de Coimbra. Alta e Sofia” para incluir o Museu Nacional de Machado de Castro.

Ocupando as antigas instalações do Paço Episcopal de Coimbra, o Museu Nacional de Machado de Castro é um dos mais importantes museus de Belas-Artes de Portugal, tendo sido objeto de uma ampla reabilitação entre 2006 e 2012. O seu espólio inclui importantes núcleos de escultura, pintura e artes decorativas.

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A cidade de Angra do Heroísmo ergue-se na Ilha Terceira (arquipélago dos Açores), no Oceano Atlântico. Parece ter nascido da confluência de diversas lendas, conjugadas com a ação pragmática dos descobridores portugueses –de que a reminiscência do nome de Monte Brasil, em frente à cidade, é um dos sinais, lembrança da ilha mítica de O’Brasil que todos os navegadores procuravam. O povoamento da ilha inicia-se por volta de 1460, havendo notícia da sua doação a Jácome de Bruges. Foi depois dividida em duas capitanias (Angra e Praia), atribuídas a João Vaz Corte Real e a Álvaro Martins (1474).A povoação de Angra vai ganhando no tempo de D. Manuel (1495-1521) e, sobretudo a partir de 1534, quando é elevada a cidade no reinado de D. João III. Este estatuto é resultado do protagonismo crescente que vai desempenhar no quadro da famosa “Carreira das Índias”, como escala atlântica.Angra do Heroísmo apresenta uma organização urbana clássica, estável e categoricamente cosmopolita, apesar das suas pequenas dimensões. Nela se concentram todos os temas e motivos que convêm a uma cidade fundada de raiz -a Rua Direita, o Largo da Sé -, com a disposição ortogonal das ruas e com a implantação sábia e sacralizadora das grandes casas religiosas nos seus extremos cardiais. E encerra alguns “tesouros”, especialmente do período barroco -como a riquíssima Igreja de S. Gonçalo (século XVIII) –discretamente encerrados nas densas e opacas fachadas de edifícios planos, sóbrios e austeros.

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