
Património Mundial
Centro Histórico de Diamantina
Descrição
A cidade de Diamantina localiza-se na Serra do Espinhaço, a Norte de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais.
A busca do ouro que se iniciou no Brasil no século XVI, chegou, no final do século XVII, ao território mineiro. Foram encontradas jazidas na confluência dos rios Grande e Piruruca. Com a notícia do achado, foi-se estabelecendo na região um número cada vez maior de exploradores. Até 1720 as buscas dedicaram-se em exclusivo à prospecção aurífera mas a grande descoberta surgiu quando foram encontradas jazidas de diamantes.
Muitas histórias se contaram a respeito desta descoberta, mas é a Bernardo da Fonseca Lobo que é atribuído o achado da primeira pedra de diamante. Reconhecido como descobridor, Bernardo recebeu em 1734 o título de tabelião da localidade então fundada: Vila do Príncipe.
O nome de Diamantina só foi atribuído ao local em 1831, sendo promovido à categoria de cidade em 1841. Por esta altura, já a produção aurífera e diamantífera estava em decadência na região devido à exploração exaustiva dos recursos naturais. Contudo, o nome “Diamantina” mantém viva até hoje a memória da época da exploração de diamantes.
No cenário rude da Serra do Espinhaço, Diamantina ergue-se como monumento mundial, sendo o único exemplo remanescente da actividade mineira de diamantes no continente americano.
Diamantina é uma cidade peculiar no traçado urbano, com acentuado declive e soluções arquitectónicas características das cidades do norte de Portugal. As ruas em ladeira, pavimentadas em pedra irregular, e as construções em taipa e em madeira com uma variedade de janelas, balcões e telhados, escapam à usual construção em pedra. As soluções arquitectónicas de Diamantina são simples, resultando de uma adaptação do universo barroco português a uma precariedade de materiais como a madeira e o barro. Uma maior riqueza decorativa foi reservada para o interior das igrejas.
Entre os principais monumentos que compõem o centro histórico de Diamantina, destacam-se o Museu do Diamante e a Biblioteca, as residências nobres e as igrejas. Entre estas, salientam-se a Igreja de Nossa do Carmo e a Igreja de São Francisco.
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo, mandada construir na segunda metade do século XVIII, pelo desembargador e contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, alberga pinturas da autoria de José Soares de Araújo.
A iniciativa da construção da Igreja de S. Francisco de Assis partiu da Ordem Terceira Franciscana de Diamantina, tendo sido a sua construção iniciada em 1768.
Outras ligações:
UNESCO - Historic Centre of the Town of Diamantina
Bibliografia
Guia dos Bens Tombados. Brasil, Coordenação de Maria Elisa Carrazzoni, Rio de Janeiro, Expressão e Cultura com o Apoio Cultural da Caixa Econômica Federal, 1987.
Guia dos Bens Tombados. Minas Gerais, Coordenação de Wladimir Alves de Souza, Rio de Janeiro, Expressão e Cultura, com o Apoio Cultural de Credi-Real – Banco de Crédito Real de Minas Gerais, 1984.
Património da Humanidade, World Heritage e Sites in Brazil, Pesquisa e Texto Percival Tirapeli, São Paulo, Metalivros, 2000.